Voto Consciente: posicionamento com catadoras e catadores
Posicionamento eleitoral do Pimp My Carroça
Diante da emergência climática, São Paulo precisa escolher qual cidade quer ser
Diante da emergência climática, da crise humanitária que vive São Paulo, da evidente necessidade de adaptação das cidades para garantir o bem-estar coletivo e considerando nosso histórico de 12 anos trabalhando ao lado das catadoras e catadores de materiais recicláveis (principais responsáveis pela reciclagem no país e os trabalhadores mais vulnerabilizados nessa cadeia), o Pimp My Carroça vem a público manifestar sua orientação pela mudança de gestão na prefeitura de São Paulo.
O Pimp My Carroça é uma organização suprapartidária, mas se mantém fiel a seus valores, a nossa visão e missão. Por isso, entendemos que como uma organização da sociedade civil, precisamos marcar nosso compromisso com as propostas para cidades pró-catadoras e catadores – feitas com um grupo de trabalho de catadoras e catadores autônomos de São Paulo, considerando demandas históricas de catadores na cidade.
“Não é contra uma pessoa, é contra as ações que são feitas sob sua gestão. Incentivamos nossa rede a votar e promover candidaturas que se comprometam em melhorar a realidade das catadoras e catadores de materiais recicláveis, não em quem criminaliza e marginaliza esses profissionais. A emergência climática é um assunto importante e a prefeitura está tomando decisões que vão contra tudo que precisamos enquanto cidade, como queimar resíduos”, comenta Nanci Darcolléte, catadora e diretora executiva do Pimp My Carroça.
São Paulo vive uma crise humanitária, com mais de 80 mil pessoas em situação de rua, 30 mil catadoras e catadores desassistidos e marginalizados da coleta seletiva e limpeza urbana (contratos que foram renovados mesmo com a taxa de 0,77% de reaproveitamento de resíduos), além de apoiar a incineração e promover um abismo social cada vez maior entre o acesso de direitos da população e os privilégios de uma minoria.
A gestão atual não promoveu melhorias para a categoria em nenhum nível, pelo contrário, desapropriou cooperativas, apreendeu carroças e bens pessoais ilegalmente. Na atual gestão, o catador muitas vezes não pode nem deixar resíduos nos EcoPontos e o trabalho informal seguiu sendo regra regra na cadeia da reciclagem, expondo pessoas a situações análogas à escravidão.
Cidadãs e cidadãos de São Paulo, exerçam o controle social necessário para que se possa falar em democracia. Perguntem-se: vocês querem incineradores de lixo perto de suas casas? Acham correto ter um incinerador a 200 metros de um CEU, uma EMEF e uma UBS? Querem que pessoas andem pelas ruas coletando resíduos a troco de pinga? Você considera o trabalho de catadores e catadoras importante para o meio ambiente urbano? Pois o atual prefeito e candidato à reeleição não reservou nenhum centavo para catadores nos contratos de R$81 bilhões pelos próximos 20 anos.
Se queremos ser uma cidade que promova os direitos humanos, a preservação da natureza e, finalmente, o desenvolvimento sustentável através da promoção de empregos verdes para catadoras e catadores com dignidade e remuneração justa, precisamos votar e incentivar a mudança para o próximo turno.
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