Zoo São Paulo firma parceria com Governo Federal para conservar espécies ameaçadas
Acordo com o ICMBio visa unir esforços entre iniciativa privada e poder público para conter extinção de animais brasileiros
O Zoológico de São Paulo e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) acabam de formalizar um acordo de cooperação com o objetivo de integrar ações para proteger a fauna nativa do Brasil. A medida visa articular a implementação de ações prioritárias para a conservação das espécies ameaçadas de extinção tanto in situ – nos locais onde a fauna e flora ocorrem naturalmente como florestas, rios, etc, como ex situ – fora do local de origem, a exemplo de zoológicos, jardins botânicos, entre outros empreendimentos.
“O propósito do Zoológico de São Paulo é atuar na conservação. Participamos de mais de 40 iniciativas em prol desse objetivo e buscamos alinhar nossas atividades com as Estratégias Nacionais para a Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção. Temos consciência do legado que queremos deixar para as próximas gerações e da competência da nossa equipe técnica, que já conquistou resultados importantes no âmbito da proteção da fauna”, explica Kiko Buerger, responsável pelo grupo Oceanic e CEO do Zoo São Paulo.
A integração entre instituições públicas, setor privado e comunidade científica é apontada como essencial para mitigar os efeitos de ameaças como o comércio ilegal de animais silvestres, desmatamento e incêndios florestais. Esses fatores têm levado à redução ou extinção de populações em vida livre de espécies como a ararinha-azul (Cyanopsitta spixii), a jacutinga (Aburria jacutinga) e o mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia). O acordo foi publicado no Diário Oficial da União em agosto, é válido por cinco anos e não prevê repasses financeiros.
Segundo o Diretor de Pesquisa, Avaliação e Monitoramento da Biodiversidade/ICMBio, Marcelo Marcelino, a instituição já participa de alguns Planos de Ação Nacional para Conservação das Espécies, assim como integra programas de manejo populacional, que envolvem ações ex situ e in situ, como o caso da ararinha-azul. “O acordo amplia a atuação do Zoo na conservação de outras espécies ameaçadas, que não contam com programas de manejo populacional, mas que podem se beneficiar com o manejo de populações ex situ”, explica
Encontro em São Paulo
A parceria foi estreitada também durante o Salão Nacional do Turismo, na cidade de São Paulo. Na ocasião, houve o encontro do Ministro do Meio Ambiente e Mudança do Clima em exercício João Paulo Capobianco, do presidente do ICMBio, Mauro Oliveira Pires e do CEO do Zoo, Kiko Buerger, que conversaram sobre a iniciativa.
Arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari) – do nascimento à soltura
Esta não é a primeira parceria do Zoo com o Governo Federal. As instituições atuam juntas em diversos programas, entre os quais no Plano Nacional para Conservação das Aves da Caatinga. Um dos resultados alcançados foi o aumento populacional da arara-azul-de-lear, classificada como “em perigo” pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). O Zoo foi o primeiro no Brasil a conseguir reproduzir a espécie, em 2015. Desde então, 21 filhotes nasceram no local e resultou no encaminhamento de aves para o repovoamento na região do Boqueirão da Onça, na Bahia.
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