Ribeirão Preto ganha sua primeira agrofloresta na área urbana

Ribeirão Preto ganha sua primeira agrofloresta na área urbana

Ribeirão Preto acaba de receber sua primeira agrofloresta. O espaço, com cerca de 1 hectare, foi implantado na área externa do estádio do Botafogo, no bairro Ribeirânia, onde voluntários e especialistas se reúnem aos sábados para o plantio.

Agrofloresta é um modelo que imita a lógica de uma floresta ao combinar árvores, plantas agrícolas e frutíferas, unindo equilíbrio ecológico e produtividade. Segundo o coordenador do projeto Ribeirão Floresta, da Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto (AEAARP), o engenheiro agrônomo José Walter Figueiredo Silva, mais de 50 espécies estão sendo plantadas, além de mandioca, pepino, milho, girassol, feijão-de-porco, goiaba, banana e mamão.

A área já chama a atenção da população. “A agrofloresta é um espaço comunitário. A população pode visitar e usufruir da produção para consumo”, afirma Figueiredo Silva, especialista em reflorestamento urbano.

Os mutirões reúnem voluntários da AEAARP e do projeto Arboreser, entre engenheiros, agrônomos e moradores da cidade. Para Fernando Junqueira, presidente da AEAARP, o impacto vai além do plantio. “Experiências como esta ajudam a construir um legado que queremos deixar para a cidade. A necessidade de sensibilizar a população para o reflorestamento urbano ganha ainda mais peso frente às mudanças climáticas e ao recente lançamento do Plano Nacional de Arborização Urbana, na COP30”, destaca.

Como se faz uma agrofloresta
O planejamento segue o modelo de sucessão ecológica, com espécies pioneiras e clímax, todas nativas da Mata Atlântica.

As árvores pioneiras, de menor porte vivem entre 15 e 30 ano, na maioria, e algumas podem cegar aos 80. O papel das pioneiras, de ciclo mais curto, é oferecer proteção para as árvores de grande porte. Dentre as pioneiras estão a Fruta do Sabiá, que atrai não somente o sabiá e também oferecem alimentos para aves frugívoras, e a Sangra-d’água, muito usada em reflorestamento e recuperação de áreas degradadas.

Dentre as árvores clímax estão a Peroba e o Jequitibá-rosa, espécies gigantes e imponentes que podem viver até 300 anos e ultrapassar 50 metros de altura.

Além do plantio, a iniciativa prevê ações de educação ambiental. “Não basta plantar sem orientar. Muitas árvores caem nas cidades por falta de manejo adequado”, alerta o agrônomo.

A agrofloresta contribui para regenerar o solo, aumentar a biodiversidade e reduzir o uso de insumos químicos. Também melhora a retenção de água, protege contra erosão, amplia a produção ao longo do ano e contribui para o sequestro de carbono — tornando o sistema produtivo mais resiliente e sustentável.

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