Eleições 2022: PSDB depende de Eduardo Leite no Rio Grande do Sul
Escrevi em agosto a post Política e eleições: Os devaneios de Eduardo Leite (PSDB), no qual analisei a impossibilidade do ex-governador gaúcho para se lançar candidato à presidência e sinalizei que Eduardo teria dificuldade, até mesmo, para se reeleger ao cargo de governador.
Conforme apontei, o pleito no Rio Grande do Sul foi para o segundo turno, com o candidato Onyx Lorenzoni (PL), ex-ministro de Bolsonaro, na primeira posição com 37,5% dos votos válidos, e Eduardo Leite (PSDB), com 26,81% dos votos válidos. Eduardo não contava com o resultado de Edegar Pretto (PT), que ficou em 3º, com apenas 0,04% de diferença para Leite: 26,77% do total – pouco mais de 2400 votos os separaram. Ou seja, o ex-governador ficou na berlinda e quase não foi para o segundo turno.
Onyx Lorenzoni (PL) x Eduardo Leite (PSDB) |
Eduardo Leite conseguiu uma sobrevida na disputa, diferente do que ocorreu em São Paulo, estado no qual o PSDB perdeu a hegemonia e ficou fora do segundo turno, tendo em vista a derrota do neotucano Rodrigo Garcia (que ocupava a posição de governador após a saída de Doria Jr.).
Além disso, o PSDB encolheu, pois sua bancada de deputados federais terá apenas 18 parlamentares. Para completar, a legenda não elegeu ninguém para o Senado Federal e nenhum governador, apesar de ainda estar na disputa no RS, MS, PE e PB.
Eduardo Leite dependerá efetivamente para vencer de receber os votos que foram direcionados ao seu oponente Edegar Pretto (PT). Será que podemos esperar o voto útil dos petistas para derrotar o candidato bolsonarista? É provável, mas tudo pode surpreender.
Rodrigo Garcia, em São Paulo, poderia ajudar em uma aliança para o segundo turno com o PT, favorecendo Haddad, mas nem quis saber desta possibilidade e nem mesmo em ficar neutro – o que poderia favorecer Leite. Rodrigo fez questão de declarar apoio a Tarcísio Freitas, o candidato de Bolsonaro.
O futuro do PSDB está em jogo e sua guinada à direita parece ter deixado o partido à deriva (movimento que teve a traição de Doria Jr. como um dos acontecimentos marcantes, um dos fatores que estimulou a saída de Geraldo Alckmin do partido).
Eduardo Leite segue com chance, graças aos petistas, pois são 26% dos votos em disputa, que com certeza não vão para Onyx. Mas, aguardaremos com expectativa o resultado das urnas. E esperamos que Leite baixe um pouco a bola no cenário político nacional e regional. Doria está aí para mostrar que, como dizem, quem tem pressa como cru, ou melhor, precisa acordar com um choque de realidade.
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