Elon Musk, o estilo de liderança tóxica e a agenda ESG

Elon Musk, o estilo de liderança tóxica e a agenda ESG

*Por Chris Santos

Elon Musk, um dos homens mais ricos do mundo, está diariamente em alguma manchete dos veículos de comunicação do Brasil, em função dos seus negócios, declarações, decisões e desejo de causar polêmicas. Em 2021, o bilionário foi escolhido como Personalidade do Ano pela revista Time, reconhecido por sua influência e, de acordo com o editor da revista, “poucas pessoas foram mais influentes que Elon Musk na vida na Terra, e potencialmente fora dela também”, em uma menção ao primeiro voo orbital realizado pela empresa SpaceX com civis, ocorrido em setembro de 2021.

Caricatura de Elon Musk gerada por IA no Canva

Além das questões de negócios e de segurança com a montadora Tesla e seus carros, da qual é CEO, Elon Musk tem atraído holofotes em função da compra da rede social Twitter, ao final de outubro de 2022 e todas as decisões que tomou em relação às demissões do pessoal, gestão da liberdade de expressão na plataforma e as expectativas que este poderoso executivo tem em relação ao comportamento de seus colaboradores no trabalho.

Elon Musk e suas decisões

Em sua carreira recente à frente dos negócios, o Twitter tem sido uma “pedra” na vida de Musk, pois estimam que esta rede social perdeu mais da metade do seu valor de mercado em seis meses, desde o momento no qual ele assumiu o controle da empresa. Um resultado esperado em função do estilo de liderança tóxico de Musk, que não parece ser bem-vindo em um segmento de mercado mais moderno e suas decisões afastaram centenas de anunciantes. Um estilo que, entretanto, vinha sendo tolerado por muitos até agora.

O que é liderança tóxica?

A liderança tóxica é aquela que afeta o ambiente da empresa, pois promove o medo e a intimidação entre os colaboradores, gerando um clima de tensão e insegurança. São líderes que tendem a ser egocêntricos, impositivos e autoritários e podem acarretar consequências graves, como baixa produtividade, alta rotatividade, problemas de saúde mental dos funcionários e, até mesmo, processos judiciais.

Um dos exemplos dessa toxicidade de Musk pode ser vista na mensagem que ele mandou para os funcionários restantes, após uma demissão de cerca de 50% do time de colaboradores do Twitter. De acordo com matéria publicada na revista Exame, os trabalhadores do twitter “receberam um e-mail – meia noite – dizendo de forma resumida: comprometa-se com uma cultura de trabalho “extremamente hardcore” ou será demitido”.  Entretanto, ficou famosa a história de Esther Crawford, uma alta executiva do Twitter, que, mesmo disposta a acompanhar as novas demandas de Elon Musk – inclusive passando a dormir no escritório para dar conta da demanda – foi demitida sem muitas explicações. Ou seja, mesmo com sacrifícios, o emprego não está garantido.

Imagem de Elon Musk gerada por IA no Canva

Liderança e agenda ESG

Elon Musk é um executivo-símbolo das demissões por e-mail. Ele é conhecido por ser impulsivo e intolerante às opiniões divergentes, o que leva a um ambiente de trabalho muito tenso. O “endeusamento” de lideranças nocivas abre a porta para o nascimento de tiranos.

Apesar destas atitudes e de seu poder, o estilo de liderança tóxico de Elon Musk precisa ser criticado e evitado, pois ele efetivamente exerce influência em uma parcela de líderes ao redor do mundo. Uma liderança tóxica não deveria ter lugar no ambiente de trabalho e deve ser combatida para que todos possam desenvolver suas atividades em um ambiente saudável de trabalho.

Quando se fala tanto de agenda ESG, a liderança tóxica precisa ser banida e ceder seu espaço para líderes com atitudes mais responsáveis, mais éticas e transparentes. Isso inclui líderes que priorizam o bem-estar dos colaboradores, a inovação sustentável, a comunicação e a transparência nas decisões. São esses valores que devem conduzir as empresas para um presente melhor e rumo a um futuro mais próspero.

 

*Chris Santos é uma profissional com mais de 30 anos de experiência em comunicação corporativa, assessoria de imprensa e marketing digital. Com bacharelados em Relações Públicas e em Ciências Sociais, pela USP; especialização em Gestão de Processos Comunicacionais (USP); MBA em Gestão de Marcas (Branding), pela Anhembi-Morumbi; e mestre em Comunicação e Política, pela UNIP. Tem se dedicado ao estudo de tendências nas áreas de marketing digital, jornalismo, comunicação e política e tecnologias da comunicação e informação.

 

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